sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
Então é isso? Eu simplismente vou embora e deixo pra trás, um pouco esquecido, aquilo que eu mais amo na vida, a coisa mais importante? Mais importante sim, uma vez que eu escolho ele em vez da minha familia, ficar "sem" minha familia, sozinha. Mas ai é que tá, nunca me senti tão completa. E então chega o estágio da fuga? Que eu sempre insistir em por em vigor, só que agora é diferente, eu não escolhi isso dessa vez, me obrigam a fugir, como eu sempre fiz a minha vida inteira e nunca percebi que era porque não tava certo. Essa mania de acabar com tudo que parecia bom, mas não era, porque bom mesmo é estar nos braços de quem se ama e não longe. Me desculpe aos hipócritas e aos descrentes do amor, como eu era, mas amar não dói, ser feliz não dói o que dói mesmo é não se ter o que se quer, é estar a mercê do acaso, do que chamam de destino, é não ter poder, não ter escolha, é não ter sua outra metade só porque alguém decidiu que seria melhor assim, que dá pra viver, que se for verdadeiro vigora, mas não é questão de ser verdadeiro, de "dar pra viver" porque não dá, a dor é a mesma de partir para outro país, a mesma de estar só num lugar totalmente desconhecido, onde a vida vai passar e você vai continuar lá sofrendo a sua dor, todo mundo tocando pra frente e você la morrendo no seu interior, porque nada mais vai importar. Me desculpe, mas repito que continuo a ser intensa, porque é essa que eu sou. Eu só não quero voltar a ser aquela porra louca de antes, isso mesmo, p-o-r-r-a-l-o-u-c-a - porque é isso que eu era antes de você, eu só quero esse lugar seguro, esta paz, minha paz. Eu quero você e quero eu, nós dois deitados no colchão da sala, sendo intensos, sendo um para o outro, não quero distância, não quero falta de vida, eu quero vida e quero você - "o único lugar seguro pra sempre".
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Guimarães Rosa
domingo, 12 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Coisas que se faz na falta do que fazer
Não? Que pena, porque eu também não!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Yesterday Feelings
The worries are whased out to sea
See the changes, people's faces blurred out
Like sunspots or raindrops
Now all those feelings
Those yesterday's feelings will all be lost in time
But today I've wasted away for today is on my mind
The Used
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Marla de Queiroz
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
"Amor,
é primavera! Chegaste-me no inverno, na chuva que me consolava chorar, na escuridão das tempestades - na vala de uma morte minha, e do outro em mim, mas tão-somente minha. Amei, sim. Amei-o. Amei muito. E, ao longo da minha vida, muitos. Todos foram e tu sempre és. Foste o único a ficar. Não porque quiseste, mas porque eu quis assim. Melhor dito: nem quis tanto assim, era mais forte que meu próprio eu e meu querer. Já estava esmorecida, naufragada dentro do meu próprio barco - tão tido por conhecido. Um anel pesava a mão, sendo-me uma âncora no meu próprio pesar. A liberdade de amar não compreendia a liberdade de voar, nem de estar. Era sempre uma liberdade de ser. Mas eu não era nada - não sou nada, nem serei coisa alguma. Eu queria a liberdade de estar. E de amar. E isso foi-me impossível. Amei, bem verdade, mas não pude ter o prazer de desleixar-me ao deleite de estar sendo. O amor que eu tanto buscara como salvação, mais bem foi-me uma prisão. Porém, amei - e muito. Mas se a liberdade era de ser, então eu só era o que tinha sido e nada mais. E eu sou o que fui, o que estou sendo e o que estou por ser. E sou também o que não sou e o que não sei se serei. Amei, mas sempre faltava alguma coisa, e essa coisa era... ser eu mesma. E de assim amar, mingüei - é que já não podia amar. Como poderia? Se eu já nem existia... Então, amei? Sim, amei. Mas amei sempre no limite do lugar-comum que pra mim representava o amor. Não foste salvação alguma, e nem assim queria que tivesses sido. Não quero salvação, não estou danada a nada. O pecado apenas é a má intenção. Muito menos gostaria que tivesses sido um reparo e tão-somente um reparo a mim mesma - aos cacos. À ti, nunca os restos, sempre inteiros – números (inteiros). Foste-me, depois de incontáveis encontros e desencontros, um esperado e desejado encontro, díspar de tudo e todos por ter sido inevitável e presumível, mesmo sem determinação de época, porém, ímpar de tudo por ter tomado lugar sem nenhum planejamento prévio - de prévio só o anelo. Nosso encontro aconteceu como com o perpassar natural do tempo e das coisas acontece a primavera. Simplesmente: acontecemos! E então senti-me real e surrealmente caminhando sob uma chuva, só que, dessa vez não uma chuva salgada, nem consoladora de amarguras, mas uma chuva de flores de cerejeiras. Sinto-me. Eu estou apenas te dizendo o tanto que eu já quis alguém, só, e com isso também te digo o tanto que te amo - nem mais, nem menos: infinitamente. Não apagas nenhum passado, que isto já é o que já diz ser, entretanto ocupas todo o meu coração. E é isso, é exatamente isso! Não preciso que tu sejas minha metade, nem eu a tua, já te disse. Mas que sejamos completos e que ainda assim, eu e tu sigamos querendo um ao outro sempre perto. Assim te querendo, descobri o que é o amor, que é tudo, menos querer que o outro preencha os vazios que pensamos possuir. Que é tudo menos delegar responsabilidades ou comprometer-se a ser; que é tudo menos predeterminar a si e ao outro. Contigo descobri que o amor só acontece quando há liberdade, não de ser, mas sim, de estar. A liberdade de poder desleixar-se com o presente de estar e o futuro de ser. Só assim acontece o amor, como a primavera: quando, mesmo inteiros e completos, queremos outro do nosso lado, não alguém, apenas, mas uma pessoa humana, "demasiadamente humana", um ser perfeito em toda a sua imperfeição. Então, eis que descobri que é aí que acontece o amor: o amor chega quando se pode estar sendo. O amor só acontece quando, no âmago da completude do nosso ser, do nosso tão-somente ser, bastemo-nos sozinhos em nossa solidão de ser inteiro, que nos bastemos com o solilóquio de que é necessário ser para assim existir e enfim, amar. É assim que acontece e floresce o amor. E assim, descobri o que é o amor. Eu, em toda minha completude, inteirice e soliloqüez, em toda minha perfeita falta de perfeição, se te chamo de amor, é porque amor pra mim o és. Porque tu és o amor."
domingo, 26 de setembro de 2010
Stereophonics
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
- John Lennon.
domingo, 29 de agosto de 2010
O meu amor - Chico Buarque
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Discurso de Caetano Veloso
Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil. Gilberto Gil está comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Acabar com tudo isso de uma vez. Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos! E quanto a vocês... O júri é muito simpático, mas é incompetente.
Deus está solto!"
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
(Preciso/quero muito ler esse livro)
sábado, 21 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Na fila do supermercado, Tati Bernardi.
domingo, 15 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Mudou
Mudou o tempo e o que eu sonhei pra nós
Mudou a vida, o vento, a minha voz
Mudou a rua em que eu te conheci
Mudou
A ilusão da paz do nosso amor
Mudei as rimas do meu verso cru
E o sol mudou de cor meu corpo nu
Mudou
O impulso aflito de dizer que não
A lua é nova e a nova informação
Muda meu céu e vai mudar meu chão
A terra ardeu e o céu desmoronou
E há o que fazer e a flor não me ensinou
E há o que saber e o sonho não mostrou
Mudou
E vai mudar enquanto eu não morrer
E vai mudar pro amor sobreviver
Vê se me entende eu mesmo não mudei
Eu sou o mesmo livro, podes ler
Eu sou o mesmo livre pra dizer:
Que eu amo ainda
Que eu quero ainda
Te espero ainda
Pro amor.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, ,não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? (...) enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá (...) as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo? (...)
A chave gira na porta. Preciso me apoiar contra a parede para não cair. Atrás da madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Angela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindo que tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muito bem, tudo bem. Axé, axé, axé! eu digo e insisto, até o elevador chegar. Axé, odara!
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Tempos difícies pra todo mundo, mas vida é isso ai, né? Esse constante descontentar-se, tá tudo perdendo a beleza, a essência de ser, tenho me sentido muito mal esses dias.
O que aconteceu com a nossa juventude?
Em que parte do caminho esquecemos a felicidade absoluta?
Porque sempre alguma coisa faz falta?
Tudo dificil demais, mecânico demais, urbano demais.
GOD - estou em cólera!
Vontade de vestir os hippongas feeligs "All we need is love" e be happy.
NÃO AO VESTIBULAR, AOS ESTUDOS, não a essa obrigação que mais deveria ser diversão.
Quem consola este país tristíssimo? Queeeeeeeeem?
terça-feira, 27 de julho de 2010
- Certeza!
sábado, 24 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
- É o que fazemos. Brigamos. Você fala quando estou sendo desgraçado e arrogante, e eu falo quando você está sendo uma chata irritante. Que é o que você é 99% do tempo. Eu não tenho medo de magoar você. Fica chateada por uns 2 segundos e em seguida volta a fazer a próxima coisa irritante.
- E daí?
- E daí que não vai ser fácil. Vai ser muito difícil. E vamos ter que trabalhar nisso todos os dias.
Mas eu quero fazer isso, porque eu quero você. Eu quero você para sempre. Você e eu, todos os dias. Pode me fazer um favor? Por favor. Será que pode imaginar sua vida... daqui a 30 anos, 40 anos.
- O que você vê? Se vê com aquele homem, então vá. Vá embora. Perdi você uma vez, acho que posso me acostumar de novo, se for o que você realmente quer. Mas não escolha a saída mais fácil.
:T
domingo, 11 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
Caderno de Noah
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Divagações na boca da urna
Mais nítido que as ruas sujas,
resta o hexagrama das cores
do arco-íris suspenso no céu
Ah, a grande náusea desses jeitos errados que os homens inventaram pra distrair-se da medonha idéia insuportável de que vão morrer, de que Deus talvez não exista, de que procura-se o amor da mesma forma que Aguirre procurava o Eldorado: inutilmente.
E há também aquela outra política que os homens exercitam entre si. Uma outra espécie de política ainda menor, ainda mais suja, quando o ego de um tenta sobrepor-se ao ego do outro. Quando o último argumento desse um contra aquele outro é: sou eu que mando aqui.
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 5 de julho de 2010
hey
domingo, 4 de julho de 2010
-
Hora a hora o meu amor agarra-se aos teus braços,
Hora a hora o meu desejo revolve estes escombros
E escorrem dos meus olhos mais promessas.
Não acredites neste breve sono;
Não dês valor maior ao meu silêncio;
E se leres recados numa folha branca,
Não creias também: é preciso encostar
Teus lábios em meus lábios para ouvir.
Nem acredites se pensas que te falo:
Palavras
São o meu jeito mais secreto de calar."
Lya Luft
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Preciso de alguém
Moro no segundo andar,mas nunca encontrei você na escada
Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.
No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.
(Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87)
{O melhor de tudo, eu já tenho alguém. Nem da pra acreditar ne? Mais eu tenho sim e viram isso? Sou eu dizendo Sim. Eu quero 'sins'}
segunda-feira, 28 de junho de 2010
O único lugar pra sempre
Passamos a tarde juntos. Foi leve e eu estava quieta, coisa que nunca aconteceu nenhuma das vezes que saímos. Eu estava sempre histérica e hoje eu estava muito quieta, até demais. Talvez seja porque eu não tenho mais a euforia louca de ser amada. Eu piro quando alguém me ama e ao ver em você a calmaria dos vencedores corriqueiros, larguei o corpo. Acabou sendo boa, a sensação de tarde ordinária, encontro ordinário. Eu pude habitar o papel de amiga caminhando ao lado, uma forma de ouvir por perto sua respiração pigarrenta que amo como se fosse o único sopro saudável do mundo. Eu permaneci e isso foi diferente, triste, insuportável, mas possível. Como os mortos que ficam em qualquer lugar, até mesmo embaixo da terra. Morto não deseja e por isso mesmo permanece. Acho que seu desejo morreu e talvez o meu também, já que boa parte desse amor enorme que eu sentia e sinto por você, vinha e venha da minha alegria desmesurada em me sentir amada pelos meus próprios sonhos. Você encerrava em mim eu mesma e era uma loucura tudo, como eu sentia, como eu queria me vomitar e ensanguentar e explodir e rodopiar em mim até furar o chão como uma broca desgovernada e depois sair derrubando o mundo como o único pião que sabe a verdade e precisa chacoalhar seu entorno pra não enlouquecer sozinho. Era uma loucura tudo. Mas a morte, o fim, nós, andando calmos, ao lado um do outro, isso me permitiu estar de alguma forma sem querer habitar cada instante do estar e para isso me retirando o tempo todo. E isso pode ser viver mas viver é terrível. E antes, quando eu não sabia viver e me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser com você. E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.
Me peguei uma hora, olhando você, andar, tão feinho, seu ombro encolheu um pouco, cada dia que passa mais e mais é uma concha o que você se torna. Dessas que é mentira a pérola e o som do mar, mas eu os vejo, o tempo todo. Você andando desse seu jeito meio de louco, que chacoalha a cabeça. E se veste mal quando pouco se importa, eu sei, eu entendi. E a manga suja de café. A roupa bege da cor de tudo que é você. Você é tão errado e cheio de estragos. E me peguei olhando pra tudo isso e amando tanto, tanto, tanto. Como se nada mais no mundo fosse tão bonito ou correto ou mesmo perfeito porque perfeito é o que não tem mesmo cabimento. O resto nem existe porque vemos ou explicamos.
Na sua varanda sem céu, certa vez, você se sentou naquela cadeira sem fundo. Me colocou no seu colo e me deu o abraço que disparava corações em mim como se eu tivesse um em cada nó de veia. E me disse, com sua voz tão bonita, a mais bonita que eu já ouvi, que eu tinha subido todos os seus andares. Eu entendi que você era o homem da cobertura de aço e eu uma espécie rara de passarinho que tinha algum tipo de chave que se autodestruiria em poucos segundos. E eu entendi também que agora que tinha chegado ali, só me restava pular, já que ninguém aguenta o alto tão alto muito tempo. A vertigem que era o nosso amor. Minhas olheiras, meu cansaço, meus quarenta e dois quilos. Eu poderia morrer porque você tinha uma carninha mais mole atrás da sua orelha direita e isso me impossibilitava, dia após dia, que eu vivesse sem sentir você o tempo todo. Mas quem é mesmo que morre dessas coisas? Não, não podemos, com tanta coisa pra fazer, os meninos de dez a vinte dias, os bares, e almoços, o Pilates, a dança, os empregos, escrever, tudo isso que é minha vida antes e depois de você. Tudo isso que daqui a pouco, quando a sensação desgraçada de absurdo e solidão passar, tudo isso volta, se acomoda, a agenda mágica, o gostosinho no peito, esquecer você todo dia um pouco pra vida e todo dia muito pro dia. Mas agora, hoje, guarda isso, eu amo demais você. Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.
Tati Bernadi
domingo, 27 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
Não havia atrito no espaço entre nós. A quietude era pacífica - não como a calma antes da tempestade, mas como uma noite limpa, intocada até pelo sonho de uma tempestade.
E eu não me incomodei em ficar com raiva dele. Não me incomodei em sentir raiva de todo mundo. Estendi a mão até ele, encontrei suas maõs no escuro e me puxei para mais perto. Seus braços me envolveram, aninhando-me no peito. Meus lábios procuraram, famintos, por seu peito, seu pescoço, até que enfim encontraram sua boca."
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
:(
terça-feira, 1 de junho de 2010
Serre-moi
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças ao teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo discretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Pablo Neruda, meu.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Pra Quando Você Chegar
Antes de tudo, quero que saibas que mesmo sem te conhecer (ou conheço?), já guardo em mim o amor que lhe está destinado. Digo isso porque acredito que o amor seja atemporal. Escrevi esta carta num passado-momento, que era, ou é, meu instante-agora, e um dia será nosso futuro-presente. Com o tempo, aprendi um pouco com os relacionamentos que não perduraram, e por isso, faço-lhe algumas recomendações:
Não tenha pressa em me encontrar. Chegue no momento exato ou erre de momento e chegue na hora que não estava programada. Não seja perfeito pra mim. Não espere perfeição de mim, mas aprenda a conviver com as nossas diferenças. Respeite minhas diferenças.
Não tenha medo dos clichês. Eles são parte essencial de um bom relacionamento. Um pequeno parêntese: mesmo que você já tenha vivido momentos parecidos com outros, cada momento é único, cada pessoa é única. E um dia você verá que o tempo não volta. Portanto, amor, libere-se. Não tenha medo de falar de seus medos, de suas dúvidas, de seus anseios. Não jogue seu futuro em minhas mãos. Não aposte todas suas fichas em mim! Porque de todos os jogos que participei, os amorosos são os que mais deixam cicatrizes.
Aposte em você. Acredite em você.
Isso refletirá em mim e jogaremos de igual pra igual. Mas não extrapole na dose de amor próprio, para que o amor que você sente por mim não se torne um amor egoísta. Um amor que só existe enquanto o outro sacia suas necessidades. Permita-se amar a mim e não ao amor que nos une. Ao amor que te faz feliz. Porque aí você amaria um sentimento e não a mim. E isto não é amar. Quando você chegar, chegue sem fazer barulho. Chegue serenamente. Na verdade, chegue como quiser. Chegue feito banda de heavy metal, faça meu coração pulsar ao seu ritmo frenético. Quando chegar, não seja a pessoa que quero. Seja você, porque é de você que eu preciso. Não queira ter os mesmo gostos que eu. Chegue sem conhecer minha banda, meu cantor, meu livro ou poema preferido. Chegue tirando sarro do meu gosto musical. Chegue dizendo que o Mc Creu é o maior poeta de todos os tempos, pois com apenas uma palavra disse tanta coisa...
E nós, às vezes, escrevemos tanto, falamos tanto que nossa prolixidade acaba por não representar nada. Não dizer nada.
Por fim, espero que atenda minhas recomendações, que atenda meus pedidos. Ou seja autêntico e vire minha vida de pernas pro ar, e faça apenas aquilo que tiver vontade. Aquilo que lhe der na telha. Por enquanto, guardo comigo a sua carta e o meu amor. Pra quando você chegar.
(Isaque Viana)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Falling Away With You
Acho que só vou ficar postando aqui, quando eu realmente tiver algo a dizer.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Hoje
- Tudo assim como que perfeito, e não existe nada mais esterilizante do que a perfeição de não se querer nada além do que está à nossa volta.
domingo, 2 de maio de 2010
Qualquer coisa entre o quereres e o estares
quinta-feira, 29 de abril de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
ok, depois dessa - time.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Friday I'm in love
Tuesday's grey and Wednesday too
Thursday I don't care about you
it's Friday I'm in love
Monday you can fall apart
Tuesday Wednesday break my heart
Thursday doesn't even start
it's Friday I'm in love
Saturday wait
and Sunday always comes too late
but Friday never hesitate
quinta-feira, 22 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
Carta anonima
Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você - seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.
Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.
Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.
(Caio F.)
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu, pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora, por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."
(Fernando Pessoa)
Estou limpando a casa e me mudando literalmente, ausente alguns dias.
http://fotolog.com/noc_turn
BIG GIRLS DON'T CRY :]
Acho que você sabe... Eu passei por algo parecido, e a pior coisa que você pode fazer é guardar, porque senão, você não pára mais de pensar nisso.
Quando minha namorada me deixou, eu fiquei sem rumo, parado, sem acreditar, porque ela era minha vida, e eu ainda amava ela, mas fiquei com medo... Mas tudo passa, e se algo de ruim acontece, é porque tinha que acontecer, para poder vir uma coisa MUITO melhor.
É só esperar.
:*
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Esse realmente não costumava ser um dia feliz pra mim, partindo do princípio que, ehr, um dia antes de ver esse comentário ai foi o acontecimento mais triste da minha vida e o que me levou a me tornar várias coisas com as quais eu não tinha planejado. E como eu estava falando com Sara ontem, a vida é mesmo engraçada, a três anos atrás, exatamente esta hora, eu estava trancada no banheiro durante quase todo o dia e não conseguia parar de chorar, nem por um segundo, eu nunca fui tão triste. E eu parar e me olhar hoje - realmente não conseguia mais me imaginar assim - e ver que apesar de ter demorado três anos, essa coisa MUITO melhor me apareceu e eu não tenho nem palavras pra descrever o quanto eu estou feliz e em paz com tudo o que Deus tá me dando ultimamente. Não vou negar que ainda bate aquela melancoliazinha, mas é que eu era tão acostumada a passar todos os dias dos namorados de "luto" que isso é meio que automático. Mas tenho certeza, que 'eu tou exatamente aonde eu queria estar' e que hoje, só por ser hoje e só no fato de eu ver essa pessoa perfeita que vem me acompanhando à 1 mês e 5 anos (como eu diria ahuah) apagará da minha lembrança toda e qualquer angústia que eu tenha desse dia, apagará toda e qualquer angústia que ainda reste em minha alma, porque não há tristeza perto dele, é só felicidade.
Obrigada, meu amor, por em um mês apenas conseguir levar toda a escuridão que existia dentro de mim. Eu não poderia estar mais feliz do que estou agora.
Eu amo você.