terça-feira, 15 de junho de 2010

"Fiquei tensa, esperando pela fúria - a dele e a minha -, mas só havia silêncio e quietude na escuridão do quarto dele. Eu quase podia sentir o gosto da doçura do reencontro no ar; a fragância distinta do perfume de seu hálito; o vazio de nossa separação deixara seu próprio gosto amargo, algo de que só tive consciência quando foi removido.
Não havia atrito no espaço entre nós. A quietude era pacífica - não como a calma antes da tempestade, mas como uma noite limpa, intocada até pelo sonho de uma tempestade.
E eu não me incomodei em ficar com raiva dele. Não me incomodei em sentir raiva de todo mundo. Estendi a mão até ele, encontrei suas maõs no escuro e me puxei para mais perto. Seus braços me envolveram, aninhando-me no peito. Meus lábios procuraram, famintos, por seu peito, seu pescoço, até que enfim encontraram sua boca."

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