sexta-feira, 24 de dezembro de 2010


Prometo que essa é a ultima vez que coloco essa música :)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser."

domingo, 19 de dezembro de 2010

Então é isso? Eu simplismente vou embora e deixo pra trás, um pouco esquecido, aquilo que eu mais amo na vida, a coisa mais importante? Mais importante sim, uma vez que eu escolho ele em vez da minha familia, ficar "sem" minha familia, sozinha. Mas ai é que tá, nunca me senti tão completa. E então chega o estágio da fuga? Que eu sempre insistir em por em vigor, só que agora é diferente, eu não escolhi isso dessa vez, me obrigam a fugir, como eu sempre fiz a minha vida inteira e nunca percebi que era porque não tava certo. Essa mania de acabar com tudo que parecia bom, mas não era, porque bom mesmo é estar nos braços de quem se ama e não longe. Me desculpe aos hipócritas e aos descrentes do amor, como eu era, mas amar não dói, ser feliz não dói o que dói mesmo é não se ter o que se quer, é estar a mercê do acaso, do que chamam de destino, é não ter poder, não ter escolha, é não ter sua outra metade só porque alguém decidiu que seria melhor assim, que dá pra viver, que se for verdadeiro vigora, mas não é questão de ser verdadeiro, de "dar pra viver" porque não dá, a dor é a mesma de partir para outro país, a mesma de estar só num lugar totalmente desconhecido, onde a vida vai passar e você vai continuar lá sofrendo a sua dor, todo mundo tocando pra frente e você la morrendo no seu interior, porque nada mais vai importar. Me desculpe, mas repito que continuo a ser intensa, porque é essa que eu sou. Eu só não quero voltar a ser aquela porra louca de antes, isso mesmo, p-o-r-r-a-l-o-u-c-a - porque é isso que eu era antes de você, eu só quero esse lugar seguro, esta paz, minha paz. Eu quero você e quero eu, nós dois deitados no colchão da sala, sendo intensos, sendo um para o outro, não quero distância, não quero falta de vida, eu quero vida e quero você - "o único lugar seguro pra sempre".

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Eu só estou sendo intensa, como seu sempre sou.
I'm wide awake
And tonight I'm saved
In Your arms
I'm singing of
How you made me a miracle

I'm taller than trees

I can see further than before
Everything's different now



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.

Guimarães Rosa

domingo, 12 de dezembro de 2010

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

And this old world is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Still every night i burn
Every night i scream your name
Every night i burn
Every night the dream's the same
Every night i burn
Waiting for my only friend
Every night i burn
Waiting for the world to end


The Cure

domingo, 5 de dezembro de 2010

Hey you,
Out there in the cold,
Getting lonely, getting old,
Can you feel me?

Hey you,
Don't tell me there's no hope at all.
Together we stand, divided we fall.
Sing it out
Girl, you've got to be what tomorrow needs
For every time that they want to count you out
Use your voice every single time you open up your mouth


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"Que lindos olhos, que lindos olhos tem você
Que ainda hoje, que ainda hoje eu reparei
S’eu reparasse, s’eu reparasse a mais tempo
Eu não amava, eu não amava quem amei."
"Ninguém merece ser só mais um bonitinho"

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Às vezes, quando ainda valia a pena, eu ficava horas pensando que podia voltar tudo a ser como antes."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coisas que se faz na falta do que fazer

São 8:24h da manhã, estou na biblioteca do colégio fazendo absolutamente nada enquanto muitas pessoas ao meu redor estão estudando loucamente (ou pelo menos tentando) para ver se conseguem ser alguma coisa na vida. Mas e eu? Porque só fico aqui parada, vendo a vida dos outros andar pra frente, sentada nesse banco que seria o ultimo lugar no qual escolheria para estar agora, imóvel, inatingível, porque essa falta de ação e de interesse logo agora? Tenho tantas perguntas e nenhuma resposta, ou nem ao menos sei mesmo quais são as perguntas. Só sei que nesse momento, sentada aqui, depois de chegar atrasada pra segunda aula, alguma coisa faz falta, alguma coisa tá vazia e sem sentido. Sabe o que eu queria mesmo?
Não? Que pena, porque eu também não!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Yesterday Feelings

Close my eyes and move to the back of my mind
The worries are whased out to sea
See the changes, people's faces blurred out
Like sunspots or raindrops

Now all those feelings
Those yesterday's feelings will all be lost in time
But today I've wasted away for today is on my mind

The Used

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O fato resumindo é que o amor não era mais aquele estardalhaço. O amor era suave e tinha um jeito de penetrar sem invadir, de libertar no abraço. O amor não era mais aquela insônia, mas sonho bom na entrega ao desconhecido. O amor não era mais a iminência de um conflito, mas uma confiança na vida. E, pela primeira vez, o amor não carregava resquícios de abandono, pois havia descoberto: o amor estava ali porque ambos estavam prontos.
O Tempo estava certo"



Marla de Queiroz
Assim pude trazer você de volta pra mim.
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do ínicio ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que ainda não vi."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Future: here I go.
"Livre pra poder sorrir, sim
Livre pra poder buscar o meu lugar ao sol."

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

(...) diria qualquer coisa como olha, tenho medo do normal, baby."

quarta-feira, 13 de outubro de 2010



"Amor,

é primavera! Chegaste-me no inverno, na chuva que me consolava chorar, na escuridão das tempestades - na vala de uma morte minha, e do outro em mim, mas tão-somente minha. Amei, sim. Amei-o. Amei muito. E, ao longo da minha vida, muitos. Todos foram e tu sempre és. Foste o único a ficar. Não porque quiseste, mas porque eu quis assim. Melhor dito: nem quis tanto assim, era mais forte que meu próprio eu e meu querer. Já estava esmorecida, naufragada dentro do meu próprio barco - tão tido por conhecido. Um anel pesava a mão, sendo-me uma âncora no meu próprio pesar. A liberdade de amar não compreendia a liberdade de voar, nem de estar. Era sempre uma liberdade de ser. Mas eu não era nada - não sou nada, nem serei coisa alguma. Eu queria a liberdade de estar. E de amar. E isso foi-me impossível. Amei, bem verdade, mas não pude ter o prazer de desleixar-me ao deleite de estar sendo. O amor que eu tanto buscara como salvação, mais bem foi-me uma prisão. Porém, amei - e muito. Mas se a liberdade era de ser, então eu só era o que tinha sido e nada mais. E eu sou o que fui, o que estou sendo e o que estou por ser. E sou também o que não sou e o que não sei se serei. Amei, mas sempre faltava alguma coisa, e essa coisa era... ser eu mesma. E de assim amar, mingüei - é que já não podia amar. Como poderia? Se eu já nem existia... Então, amei? Sim, amei. Mas amei sempre no limite do lugar-comum que pra mim representava o amor. Não foste salvação alguma, e nem assim queria que tivesses sido. Não quero salvação, não estou danada a nada. O pecado apenas é a má intenção. Muito menos gostaria que tivesses sido um reparo e tão-somente um reparo a mim mesma - aos cacos. À ti, nunca os restos, sempre inteiros – números (inteiros). Foste-me, depois de incontáveis encontros e desencontros, um esperado e desejado encontro, díspar de tudo e todos por ter sido inevitável e presumível, mesmo sem determinação de época, porém, ímpar de tudo por ter tomado lugar sem nenhum planejamento prévio - de prévio só o anelo. Nosso encontro aconteceu como com o perpassar natural do tempo e das coisas acontece a primavera. Simplesmente: acontecemos! E então senti-me real e surrealmente caminhando sob uma chuva, só que, dessa vez não uma chuva salgada, nem consoladora de amarguras, mas uma chuva de flores de cerejeiras. Sinto-me. Eu estou apenas te dizendo o tanto que eu já quis alguém, só, e com isso também te digo o tanto que te amo - nem mais, nem menos: infinitamente. Não apagas nenhum passado, que isto já é o que já diz ser, entretanto ocupas todo o meu coração. E é isso, é exatamente isso! Não preciso que tu sejas minha metade, nem eu a tua, já te disse. Mas que sejamos completos e que ainda assim, eu e tu sigamos querendo um ao outro sempre perto. Assim te querendo, descobri o que é o amor, que é tudo, menos querer que o outro preencha os vazios que pensamos possuir. Que é tudo menos delegar responsabilidades ou comprometer-se a ser; que é tudo menos predeterminar a si e ao outro. Contigo descobri que o amor só acontece quando há liberdade, não de ser, mas sim, de estar. A liberdade de poder desleixar-se com o presente de estar e o futuro de ser. Só assim acontece o amor, como a primavera: quando, mesmo inteiros e completos, queremos outro do nosso lado, não alguém, apenas, mas uma pessoa humana, "demasiadamente humana", um ser perfeito em toda a sua imperfeição. Então, eis que descobri que é aí que acontece o amor: o amor chega quando se pode estar sendo. O amor só acontece quando, no âmago da completude do nosso ser, do nosso tão-somente ser, bastemo-nos sozinhos em nossa solidão de ser inteiro, que nos bastemos com o solilóquio de que é necessário ser para assim existir e enfim, amar. É assim que acontece e floresce o amor. E assim, descobri o que é o amor. Eu, em toda minha completude, inteirice e soliloqüez, em toda minha perfeita falta de perfeição, se te chamo de amor, é porque amor pra mim o és. Porque tu és o amor."

domingo, 26 de setembro de 2010

The first time, ever I saw your face,
I thought the Sun rose in your eyes
And the moon and stars were the gifts you gave
To the dawn and endless sky,

The first time, ever I kissed your lips,
I felt the earth, move in my hands
Like the trembling heart, of a captive bird
That was at my command, my love.

The first time, ever I lay with you,
I felt your heart, so close to mine
And I knew our joy, would fill the earth,
And last, 'til the end of time.

Stereophonics

segunda-feira, 20 de setembro de 2010



Não existe razão no mundo porque eu devesse ficar sem ela. Não existe nada mais importante do que o nosso relacionamento, nada. E nós curtimos estar juntos o tempo todo. Nós dois poderíamos sobreviver separados, mas pra quê? Eu não vou sacrificar o amor, o verdadeiro amor, por nenhuma piranha, nenhum amigo e nenhum negócio, porque no fim você acaba ficando sozinho à noite. Nenhum de nós quer isto, e não adianta encher a cama de transa, isso não funciona. Eu não quero ser um libertino. É como eu digo na música, eu já passei por tudo isso, e nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando.

- John Lennon.

domingo, 29 de agosto de 2010

"Amando noites a fundo
Tendo jornais como cobertor
Podendo abalar o mundo
No embalo do nosso amor
No ardor de tantos abraços
Caíram palácios
Ruiu um império
Os nossos olhos vidrados
De mistério"

O meu amor - Chico Buarque

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Discurso de Caetano Veloso

"Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês são a mesma juventude que vai sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém. Vocês são iguais sabem a quem? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores! Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada.
Eu quero dizer ao júri: me desclassifique. Eu não tenho nada a ver com isso. Nada a ver com isso. Gilberto Gil. Gilberto Gil está comigo, para nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Acabar com tudo isso de uma vez. Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos! E quanto a vocês... O júri é muito simpático, mas é incompetente.

Deus está solto!"

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lei ladra o poder da vida. Direitinho declaro o que, durante todo tempo, sempre mais, às vezes menos, comigo se passou. Aquela mandante amizade. Eu não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a vontade de chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o cheiro do corpo dele, dos braços, que às vezes adivinhei insensatamente - tentação dessa eu espairecia, aí rijo comigo renegava. Muitos momentos. Conforme, por exemplo, quando me lembrava daquelas mãos, do jeito como encostavam no meu rosto.

Guimarães Rosa in GRANDE SERTÃO: VEREDAS

(Preciso/quero muito ler esse livro)

sábado, 21 de agosto de 2010

Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro dentro de um livro
Dentro da noite veloz."
"Felicidade que transborda, parece não querer parar, não vai parar."

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tô achando minha dor duvidosa, porque agora, por exemplo, não tenho dor nenhuma. E ele riu e disse que também não tinha dor nenhuma naquele momento. E quando ele riu, eu percebi. Eu percebi que eu estava na merda. Porque adoro esses caras que dão risada com a cara inteira mas continuam com os olhos poucos tristes e parados.

Na fila do supermercado, Tati Bernardi.

domingo, 15 de agosto de 2010


É assim que eu me sinto: AMANHECENDO.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela. O corpo dela se amoldava tão bem ao dele, quando dançavam. Ele gostava quando ela passava óleo nas suas costas. Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi, guria? Ele gostava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo."

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"NÃO EXISTE VOLTA PARA QUEM ESCOLHEU O ESQUERDO"

domingo, 8 de agosto de 2010




Ainda que eu não saiba louvar, Te louvo, Te louvo em verdade."

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mudou

Mudou
Mudou o tempo e o que eu sonhei pra nós
Mudou a vida, o vento, a minha voz
Mudou a rua em que eu te conheci

Mudou
A ilusão da paz do nosso amor
Mudei as rimas do meu verso cru
E o sol mudou de cor meu corpo nu

Mudou
O impulso aflito de dizer que não
A lua é nova e a nova informação
Muda meu céu e vai mudar meu chão
A terra ardeu e o céu desmoronou
E há o que fazer e a flor não me ensinou
E há o que saber e o sonho não mostrou

Mudou
E vai mudar enquanto eu não morrer
E vai mudar pro amor sobreviver
Vê se me entende eu mesmo não mudei
Eu sou o mesmo livro, podes ler
Eu sou o mesmo livre pra dizer:
Que eu amo ainda
Que eu quero ainda
Te espero ainda
Pro amor.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O piano cantava cada vez com mais alegria, os rumores na rua cresciam, todo mundo comentando a pouca vergonha. Mas Tereza feliz, feliz, feliz. Uma página interia feliz. Um livro inteiro feliz. Um mundo inteiro, Teresa feliz."

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Não é plágio do Pessoa, mas em cada canto do meu quarto tenho uma imagem de Buda, uma de mãe Oxum, outra de Jesuzinho, um pôster de Freud, às vezes acendo vela, faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma. (..)


Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, ,não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? (...) enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá (...) as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo? (...)

A chave gira na porta. Preciso me apoiar contra a parede para não cair. Atrás da madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Angela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindo que tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muito bem, tudo bem. Axé, axé, axé! eu digo e insisto, até o elevador chegar. Axé, odara!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé (...)


Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós."


Agosto começa, tristeza também, valeu!

E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica."

domingo, 1 de agosto de 2010

Eu quero a sorte de um chofer de caminhão
Pra me danar por essa estrada, mundo afora,
Ir embora sem sair do meu lugar."

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O que hoje é drama, sempre, amanhã estará quieto na memória.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cadê a auto estima, meu bem?
Tempos difícies pra todo mundo, mas vida é isso ai, né? Esse constante descontentar-se, tá tudo perdendo a beleza, a essência de ser, tenho me sentido muito mal esses dias.
O que aconteceu com a nossa juventude?
Em que parte do caminho esquecemos a felicidade absoluta?
Porque sempre alguma coisa faz falta?
Tudo dificil demais, mecânico demais, urbano demais.
GOD - estou em cólera!


Vontade de vestir os hippongas feeligs "All we need is love" e be happy.
NÃO AO VESTIBULAR, AOS ESTUDOS, não a essa obrigação que mais deveria ser diversão.

Quem consola este país tristíssimo? Queeeeeeeeem?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Queridos 'hippongas' feelings, saudades sempre.
(...) Tenho um passado hippie que me deixou muitas coisas boas. Estou sempre preocupado com a ética, com a beleza, com a dignidade. Sou educadíssimo, e fui criado de maneira muito católica, com toda aquela culpa de 'maus' pensamentos, 'más' ações, e uma terrível nostalgia da 'bondade' (como a ¨Alice¨do Woody Allen). Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras."


- Certeza!

sábado, 24 de julho de 2010

Às vezes sinto falta de mim.
-Eu também, menina.
-Sente falta de si?
-Não, de você. E dói.
[Silêncio]
-Me abraça?
-Sempre.
É assim que me sinto: amanhecendo."

sexta-feira, 23 de julho de 2010

É quando eu volto a me lembrar do que eu pensava nem ter feito
Vem, me traz aquela paz (...)

Ouvi dizer que só era triste quem queria."



Antiguidade de músicas, mas lembrei de mim e de Sara e delas.
Enfim, tenho dito.

terça-feira, 20 de julho de 2010

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar

Cuide bem do seu amor, seja quem for. "


Lembrei dela hoje :)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Atrás da rebeldia (...) uma ânsia única e simples: beber, de todas as maneiras, todo amor que pudesse haver nesta vida. Cada vez mais acelerado, com menos tempo a perder com aquilo que não fosse profundamente verdadeiro, embora doloroso. Tudo que era fúria, virou também amor. E o que foi sombra, transformou-se em luz. Espelho dos nossos infernos e paraísos (...) mais secretos."

domingo, 18 de julho de 2010

"E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera."

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha que o que vem é perfeição..."


Música muito foda de Legião Urbana - Perfeição
O que é que você quer?
Ele sorriu. Estendeu as mãos, tocou-o também. Vontade de pedir silêncio. Porque não seria necessária mais nenhuma palavra um segundo antes ou depois de dizerem ao mesmo tempo:

- Quero ficar com você.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

- Ficar com você? Por quê? Olha só pra nós, já estamos brigando!

- É o que fazemos. Brigamos. Você fala quando estou sendo desgraçado e arrogante, e eu falo quando você está sendo uma chata irritante. Que é o que você é 99% do tempo. Eu não tenho medo de magoar você. Fica chateada por uns 2 segundos e em seguida volta a fazer a próxima coisa irritante.

- E daí?

- E daí que não vai ser fácil. Vai ser muito difícil. E vamos ter que trabalhar nisso todos os dias.
Mas eu quero fazer isso, porque eu quero você. Eu quero você para sempre. Você e eu, todos os dias. Pode me fazer um favor? Por favor. Será que pode imaginar sua vida... daqui a 30 anos, 40 anos.

- O que você vê? Se vê com aquele homem, então vá. Vá embora. Perdi você uma vez, acho que posso me acostumar de novo, se for o que você realmente quer. Mas não escolha a saída mais fácil.


:T

domingo, 11 de julho de 2010

I hate this day.

sábado, 10 de julho de 2010


A razão porque dói tanto separarmo-nos é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham estado e sempre o fiquem. Talvez tenhamos vivido milhares de vidas antes desta, e em cada uma nos tenhamos reencontrado. E talvez que em cada uma tenhamos sido separados pelos mesmos motivos. Isto significa que esta despedida é, ao mesmo tempo, um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio ao que virá. Quando olho para ti vejo a tua beleza e graça, e sei que cresceram mais fortes com cada vida que viveste. E sei que gastei todas as vidas antes desta à tua procura. Não de alguém como tu, mas de ti, porque a tua alma e a minha têm que andar sempre juntas. E assim, por uma razão que nenhum de nós entende, fomos obrigados a dizer-nos adeus. Adoraria dizer-te que tudo correrá bem para nós, e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será. Mas se nunca nos voltarmos a encontrar outra vez, e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo, e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes."

Caderno de Noah

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Divagações na boca da urna


Mais nítido que as ruas sujas,

resta o hexagrama das cores
do arco-íris suspenso no céu

Política é exercicio do poder, poder é o exercício do desprezível. Desprezível é tudo aquilo que não colabora para o enriquecimento do humano, mas para a sua (ainda) maior degradação. Como se fosse possível, pior é que sempre é.
Ah, a grande náusea desses jeitos errados que os homens inventaram pra distrair-se da medonha idéia insuportável de que vão morrer, de que Deus talvez não exista,
de que procura-se o amor da mesma forma que Aguirre procurava o Eldorado: inutilmente.
E há também aquela outra política que os homens exercitam entre si. Uma outra espécie de política ainda menor, ainda mais suja, quando o ego de um tenta sobrepor-se ao ego do outro. Quando o último argumento desse um contra aquele outro é: sou eu que mando aqui.
Ah, a grande náusea por esses pequenos poderosos, que ferem e traem e mentem em nome da manutenção de seu ego imensamente medíocre. Porque sem ferir, nem trair, nem mentir tudo cairia por terra num estalar de dedos. Eu faço assim - clack! - e você desmonta. Eu faço assim - clack! - e você desaparece. Mas você não desmonta, nem desaparece: você é que manda, essa ilusão de poder te mantém. Só que você não existe, como não existe nem importa esse mundo onde você se julga senhor. O outro lado, o outro papo, o outro nível - esses, meu caro, você nunca vai saber sequer que existem. Essa é a nossa maior vingança, sem o menor esforço (...)


Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 5 de julho de 2010

hey

Tava lendo uns posts antigos meus e é tão bom ver a mudança, o amadurecimento. Mas paro e olho a minha vida ultimamente - na qual estou sendo 'obrigada' a determinar o meu futuro - e a única conclusão que tiro disso tudo é que eu não estou pronta. Cara, eu não tô pronta pra escolher a minha profissão, pra escolher que livro quero ler amanhã, que cor dos móveis, que roupa usar, que vida viver. Eu não quero ser médica, não quero ser advogada ou arquiteta, não quero ter que levantar amanhã e ter peso na consciência por ta pouco me lixando que não estou estudando, que tenho vestibular esse ano e que desse jeito eu não vou passar nem pra biblioteconomia. Atire a primeira pedra quem nunca quis viver de bunda pra cima, dinheiro entrando na conta todo santo mês - da onde, não sei, pouco me importa - e enjoy the trip. A vida bem que podia ser um seriado americano, mas que pena que não é. E só resta levantar cedo, tomar 1 litro de cafeína e fingir que aprendo alguma coisa quando leio 'intensidades de correntes elétricas', enquanto meu pensamento tá no video game, em João Pessoa, no namorado- finalmente - em não estudar.

domingo, 4 de julho de 2010

-

Se te pareço ausente, não creias:
Hora a hora o meu amor agarra-se aos teus braços,
Hora a hora o meu desejo revolve estes escombros
E escorrem dos meus olhos mais promessas.

Não acredites neste breve sono;
Não dês valor maior ao meu silêncio;
E se leres recados numa folha branca,
Não creias também: é preciso encostar
Teus lábios em meus lábios para ouvir.

Nem acredites se pensas que te falo:
Palavras
São o meu jeito mais secreto de calar."

Lya Luft

sábado, 3 de julho de 2010

Eu retribuo o sorriso. Eu correspondo ao abraço. Eu digo sim. Eu quero sim. Eu sinto sins. Só porque estou vivo."

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Preciso de alguém

Meu nome é Caio F.

Moro no segundo andar,mas nunca encontrei você na escada

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.

Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.

No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.

Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

(Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87)


{O melhor de tudo, eu já tenho alguém. Nem da pra acreditar ne? Mais eu tenho sim e viram isso? Sou eu dizendo Sim. Eu quero 'sins'}
Oh, life is good
Oh, life is good

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O único lugar pra sempre

Mesmo sabendo que eu colocaria em risco essas coisas que faço e me soam tão bem. O Pilates, por exemplo, que faço às terças e quintas duas horas após almoçar na minha mãe. Isso me parece um pedaço agradável de uma agenda encantada, dias felizes, nada demais. A aula de dança das segundas e quartas, a acupuntura da sexta, a análise quinta cedinho, o parque do sábado a hora que der na telha, o japonês com a Letícia, meu emprego na televisão e na editora que me permitem mandar em boa parte do meu tempo sem ser, por isso, uma louca duranga, o costume de escrever até tarde ouvindo Beck ou Antony and the Johnsons, os mocinhos que aparecem, com intervalos de dez ou vinte dias, e me abastecem de um gostar possível e descartável, algum bar chato que serve pra me tirar de casa e até mesmo rir de um ou outro ser humano mais parecido com o que eu acho que deveria ser um ser humano. Nada disso me soa banal e aprendi mesmo a chamar de minha vida. Agora serão dias achando tudo idiota e até mesmo medíocre. O Pilates, os almoços em família, os bares, tudo uma tortura. Ainda assim, mesmo sabendo que depois é cheia de dor que carrego minhas horas, ainda assim eu cortei o cabelo um dia antes e comprei uma jaquetinha preta em promoção. Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona. Mesmo sendo ofensivo pra minha existência que pessoas como você existam. Mesmo que sua tristeza e preguiça e desistência mostrem pra minha frescura de sentidos como tudo pode ser amargo e pior: mostre que tudo sempre foi e eu é que, vai ver, sou forte ou abençoada demais pra não sucumbir. Mesmo que sua alegria nunca seja por mim. E que sua alegria torne, quando por mim, minha vida intolerável. Sua existência é um absurdo e isso é a maior verdade que me vem à mente quando penso em você ou estou ao seu lado.
Passamos a tarde juntos. Foi leve e eu estava quieta, coisa que nunca aconteceu nenhuma das vezes que saímos. Eu estava sempre histérica e hoje eu estava muito quieta, até demais. Talvez seja porque eu não tenho mais a euforia louca de ser amada. Eu piro quando alguém me ama e ao ver em você a calmaria dos vencedores corriqueiros, larguei o corpo. Acabou sendo boa, a sensação de tarde ordinária, encontro ordinário. Eu pude habitar o papel de amiga caminhando ao lado, uma forma de ouvir por perto sua respiração pigarrenta que amo como se fosse o único sopro saudável do mundo. Eu permaneci e isso foi diferente, triste, insuportável, mas possível. Como os mortos que ficam em qualquer lugar, até mesmo embaixo da terra. Morto não deseja e por isso mesmo permanece. Acho que seu desejo morreu e talvez o meu também, já que boa parte desse amor enorme que eu sentia e sinto por você, vinha e venha da minha alegria desmesurada em me sentir amada pelos meus próprios sonhos. Você encerrava em mim eu mesma e era uma loucura tudo, como eu sentia, como eu queria me vomitar e ensanguentar e explodir e rodopiar em mim até furar o chão como uma broca desgovernada e depois sair derrubando o mundo como o único pião que sabe a verdade e precisa chacoalhar seu entorno pra não enlouquecer sozinho. Era uma loucura tudo. Mas a morte, o fim, nós, andando calmos, ao lado um do outro, isso me permitiu estar de alguma forma sem querer habitar cada instante do estar e para isso me retirando o tempo todo. E isso pode ser viver mas viver é terrível. E antes, quando eu não sabia viver e me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser com você. E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.
Me peguei uma hora, olhando você, andar, tão feinho, seu ombro encolheu um pouco, cada dia que passa mais e mais é uma concha o que você se torna. Dessas que é mentira a pérola e o som do mar, mas eu os vejo, o tempo todo. Você andando desse seu jeito meio de louco, que chacoalha a cabeça. E se veste mal quando pouco se importa, eu sei, eu entendi. E a manga suja de café. A roupa bege da cor de tudo que é você. Você é tão errado e cheio de estragos. E me peguei olhando pra tudo isso e amando tanto, tanto, tanto. Como se nada mais no mundo fosse tão bonito ou correto ou mesmo perfeito porque perfeito é o que não tem mesmo cabimento. O resto nem existe porque vemos ou explicamos.
Na sua varanda sem céu, certa vez, você se sentou naquela cadeira sem fundo. Me colocou no seu colo e me deu o abraço que disparava corações em mim como se eu tivesse um em cada nó de veia. E me disse, com sua voz tão bonita, a mais bonita que eu já ouvi, que eu tinha subido todos os seus andares. Eu entendi que você era o homem da cobertura de aço e eu uma espécie rara de passarinho que tinha algum tipo de chave que se autodestruiria em poucos segundos. E eu entendi também que agora que tinha chegado ali, só me restava pular, já que ninguém aguenta o alto tão alto muito tempo. A vertigem que era o nosso amor. Minhas olheiras, meu cansaço, meus quarenta e dois quilos. Eu poderia morrer porque você tinha uma carninha mais mole atrás da sua orelha direita e isso me impossibilitava, dia após dia, que eu vivesse sem sentir você o tempo todo. Mas quem é mesmo que morre dessas coisas? Não, não podemos, com tanta coisa pra fazer, os meninos de dez a vinte dias, os bares, e almoços, o Pilates, a dança, os empregos, escrever, tudo isso que é minha vida antes e depois de você. Tudo isso que daqui a pouco, quando a sensação desgraçada de absurdo e solidão passar, tudo isso volta, se acomoda, a agenda mágica, o gostosinho no peito, esquecer você todo dia um pouco pra vida e todo dia muito pro dia. Mas agora, hoje, guarda isso, eu amo demais você. Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.


Tati Bernadi
Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar,
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.

domingo, 27 de junho de 2010

Cada vivente com a sua sina."

é né?
O tempo, todo tempo contigo parava, pairava, eu digeriatodas aquelas tuas doçuras e risadas gostosas com o tempo irreal da sensaçãodesmedida do bem sem limite que eu perdurava de você. Plano transcendental,calado, sereno, teu. Consegui acesso a felicidade instantânea permanente a qualpoucos sentem, ou sequer supõe que exista. O repentino ininterrupto. Nadamudou, eu continuou aqui, ali, acolá, falando em você, lembrando em você, o queé clichê um tanto inevitável."
- Eu sempre te digo o que eu penso.

- Você corta algumas partes - ele acusou.

- Não muitas.

- É o suficiente pra me deixar louco."
Nem posso dizer que tentei evitar, pois já descobri que se você evitar a vida, ela acontece do mesmo jeito."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então é assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno."

terça-feira, 15 de junho de 2010

"Fiquei tensa, esperando pela fúria - a dele e a minha -, mas só havia silêncio e quietude na escuridão do quarto dele. Eu quase podia sentir o gosto da doçura do reencontro no ar; a fragância distinta do perfume de seu hálito; o vazio de nossa separação deixara seu próprio gosto amargo, algo de que só tive consciência quando foi removido.
Não havia atrito no espaço entre nós. A quietude era pacífica - não como a calma antes da tempestade, mas como uma noite limpa, intocada até pelo sonho de uma tempestade.
E eu não me incomodei em ficar com raiva dele. Não me incomodei em sentir raiva de todo mundo. Estendi a mão até ele, encontrei suas maõs no escuro e me puxei para mais perto. Seus braços me envolveram, aninhando-me no peito. Meus lábios procuraram, famintos, por seu peito, seu pescoço, até que enfim encontraram sua boca."

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Daquele tempo nem tão distante, daqueles dias que até hoje duram às vezes duas, às vezes duzentas horas, restou esta sensação de que, como eles, também me vou tombando rápido dentro da boca de um vulcão aberto, sem fôlego, nem tempo para repetir como numa justificativa, ou oração, ou mantra, enquanto caio sem salvação no fogo que é verdade, que si, que no, que nadie puede mismo vivir sin amor."

sábado, 12 de junho de 2010

http://fotolog.com/noc_turn

BIG GIRLS DON'T CRY :]

Tem muita gente que te ama, pra estar chorando por alguém.
Acho que você sabe... Eu passei por algo parecido, e a pior coisa que você pode fazer é guardar, porque senão, você não pára mais de pensar nisso.
Quando minha namorada me deixou, eu fiquei sem rumo, parado, sem acreditar, porque ela era minha vida, e eu ainda amava ela, mas fiquei com medo... Mas tudo passa, e se algo de ruim acontece, é porque tinha que acontecer, para poder vir uma coisa MUITO melhor.
É só esperar.


:*

__

Esse realmente não costumava ser um dia feliz pra mim, partindo do princípio que, ehr, um dia antes de ver esse comentário ai foi o acontecimento mais triste da minha vida e o que me levou a me tornar várias coisas com as quais eu não tinha planejado. E como eu estava falando com Sara ontem, a vida é mesmo engraçada, a três anos atrás, exatamente esta hora, eu estava trancada no banheiro durante quase todo o dia e não conseguia parar de chorar, nem por um segundo, eu nunca fui tão triste. E eu parar e me olhar hoje - realmente não conseguia mais me imaginar assim - e ver que apesar de ter demorado três anos, essa coisa MUITO melhor me apareceu e eu não tenho nem palavras pra descrever o quanto eu estou feliz e em paz com tudo o que Deus tá me dando ultimamente. Não vou negar que ainda bate aquela melancoliazinha, mas é que eu era tão acostumada a passar todos os dias dos namorados de "luto" que isso é meio que automático. Mas tenho certeza, que 'eu tou exatamente aonde eu queria estar' e que hoje, só por ser hoje e só no fato de eu ver essa pessoa perfeita que vem me acompanhando à 1 mês e 5 anos (como eu diria ahuah) apagará da minha lembrança toda e qualquer angústia que eu tenha desse dia, apagará toda e qualquer angústia que ainda reste em minha alma, porque não há tristeza perto dele, é só felicidade.

Obrigada, meu amor, por em um mês apenas conseguir levar toda a escuridão que existia dentro de mim. Eu não poderia estar mais feliz do que estou agora.


Eu amo você.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

:(












Eu estou aqui, e eu te amo. Eu sempre amei você, e eu sempre vou amar.

Eu estava pensando em você,
vendo o seu rosto em minha mente, durante cada segundo em que estive longe.

Quando eu te disse que não te queria,
aquele foi o tipo mais negro de blasfêmia".

terça-feira, 1 de junho de 2010

Serre-moi




Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças ao teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo discretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda, meu.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pra Quando Você Chegar

Escrevo esta carta pra você ler quando chegar.
Antes de tudo, quero que saibas que mesmo sem te conhecer (ou conheço?), já guardo em mim o amor que lhe está destinado. Digo isso porque acredito que o amor seja atemporal. Escrevi esta carta num passado-momento, que era, ou é, meu instante-agora, e um dia será nosso futuro-presente. Com o tempo, aprendi um pouco com os relacionamentos que não perduraram, e por isso, faço-lhe algumas recomendações:

Não tenha pressa em me encontrar. Chegue no momento exato ou erre de momento e chegue na hora que não estava programada. Não seja perfeito pra mim. Não espere perfeição de mim, mas aprenda a conviver com as nossas diferenças. Respeite minhas diferenças.
Não tenha medo dos clichês. Eles são parte essencial de um bom relacionamento. Um pequeno parêntese: mesmo que você já tenha vivido momentos parecidos com outros, cada momento é único, cada pessoa é única. E um dia você verá que o tempo não volta. Portanto, amor, libere-se. Não tenha medo de falar de seus medos, de suas dúvidas, de seus anseios. Não jogue seu futuro em minhas mãos. Não aposte todas suas fichas em mim! Porque de todos os jogos que participei, os amorosos são os que mais deixam cicatrizes.

Aposte em você. Acredite em você.


Isso refletirá em mim e jogaremos de igual pra igual. Mas não extrapole na dose de amor próprio, para que o amor que você sente por mim não se torne um amor egoísta. Um amor que só existe enquanto o outro sacia suas necessidades. Permita-se amar a mim e não ao amor que nos une. Ao amor que te faz feliz. Porque aí você amaria um sentimento e não a mim. E isto não é amar. Quando você chegar, chegue sem fazer barulho. Chegue serenamente. Na verdade, chegue como quiser. Chegue feito banda de heavy metal, faça meu coração pulsar ao seu ritmo frenético. Quando chegar, não seja a pessoa que quero. Seja você, porque é de você que eu preciso. Não queira ter os mesmo gostos que eu. Chegue sem conhecer minha banda, meu cantor, meu livro ou poema preferido. Chegue tirando sarro do meu gosto musical. Chegue dizendo que o Mc Creu é o maior poeta de todos os tempos, pois com apenas uma palavra disse tanta coisa...
E nós, às vezes, escrevemos tanto, falamos tanto que nossa prolixidade acaba por não representar nada. Não dizer nada.
Por fim, espero que atenda minhas recomendações, que atenda meus pedidos. Ou seja autêntico e vire minha vida de pernas pro ar, e faça apenas aquilo que tiver vontade. Aquilo que lhe der na telha. Por enquanto, guardo comigo a sua carta e o meu amor. Pra quando você chegar.

(Isaque Viana)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Falling Away With You


Dizem que a gente tem o que precisa, não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."


Acho que só vou ficar postando aqui, quando eu realmente tiver algo a dizer.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Hoje

(...) deu vontade de ficar mais tempo junto, deu vontade de levar essa história até o fim."


-
Tudo assim como que perfeito, e não existe nada mais esterilizante do que a perfeição de não se querer nada além do que está à nossa volta.

domingo, 2 de maio de 2010

Qualquer coisa entre o quereres e o estares

Deu uma vontade louca de escrever e tenho tanto pra falar que as vezes tudo foge, assim, como se o vento levasse - e leva. Não sei como aconteceu mas de repente a onda de coisas boas chegou e foi embora hoje, provando o quanto a vida é irônica, mas volta a acontecer. Percebi, hoje, na verdade tirei uma lição disso tudo, que não há nada melhor do que ser perdoado ou que compreendam você. Tem me acontecido coisas loucas, vontades loucas, as vezes vontade nenhuma. Eu não queria ta falando aqui de vontades, mas sempre me perco nesse barco. É impressionante quando você se acostuma com aquela vida de perdas-erros-solidão e sempre acha um jeito de ferrar com tudo que apenas ameace trazer a tal temida felicidade - amores não correspondidos que se tornam realidade, não torna, torna; confianças conquistadas, perdidas, (re)conquistadas; solidão, vida, solidão, bebida, solidão, festa - 'mas se ganha alguma coisa sim, sempre se ganha alguma coisa, talvez uma rinite alérgica ou um buraco no peito, mas sempre se ganha alguma coisa na noite.' Na verdade tou querendo dizer aqui que "eu aprendi, aos trancos, que ser feliz não dói. Ser feliz não dói" Por mais que doa no dia seguinte (contraditório, não?), por mais que a felicidade seja curta, a intensidade dela supera qualquer coisa que ameace a doer - e dói - mas ela traz consigo uma leveza, uma suavidade e uma coisa que eu não conheço muito, a esperança. Esperança que no próximo dia tudo vai se resolver, que no próximo dia você será feliz novamente, que seu amor vai chegar, que sua família vai te entender. É estranho, mas perceber que a sua felicidade depende de algumas pessoas, não, não é isso que quero dizer, pessoas podem ser amáveis e assustadoras. Apenas qualquer coisa como - a vida é muito menos barra com as pessoas certas. E é incrível como eu tou cercada de pessoas certas. Batalhei, sofri, fudi com tudo (como sempre é de meu feitio), mas no final do dia você deitar a sua cabeça no travesseiro e saber que foi perdoado, lembrar da maravilhosa noite na qual sempre se ganha coisas - e eu ganhei. Ganhei mensagens, ganhei confiança, ganhei momentos felizes ao lado de pessoas que há muito se perderam de mim - por minha causa, ganhei porres, ganhei ressacas, ganhei abraço a ser acordada pela pessoa mais certa desse mundo pra mim, ganhei a coragem de ligar pra pessoas que realmente me importam no meio de uma noite dessas - PORRA, ganhei uma vida de verdade. Enquanto isso sigo acreditando no meu idiota pesar que tá tudo bem demais, que amanhã volta ao normal, que estrago alguma coisa ao meio do dia ou uma bomba explode em mim ou simplismente que tudo, tudo continuará bem e eu quero dizer isso, quero dizer isso e mais um monte de coisas, quero falta de razão, quero sim, eu disse sim, eu quero Sins.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Achei um pouquinho mágico, mágico suave, você sabe - nós ali, lado a lado, falando praticamente das mesmas coisas."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente pisciana vai negar no dia seguinte, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos pra brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei meus olhos por medo de ter minha mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não serei chata por medo de você me achar legal, não vou desistir antes de começar, não vou evitar minha excentricidade, não vou me anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida. Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final. Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo."


ok, depois dessa - time.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Friday I'm in love

I don't care if Monday's blue
Tuesday's grey and Wednesday too
Thursday I don't care about you
it's Friday I'm in love

Monday you can fall apart
Tuesday Wednesday break my heart
Thursday doesn't even start
it's Friday I'm in love

Saturday wait
and Sunday always comes too late
but Friday never hesitate

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

AH BRUTA FLOR DO QUERER" =~

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eu odeio esse dia, odeio professor querendo ser o maioral, odeio meu sono pela manhã, odeio ter que ir estudar everyday, odeio essa rinite inacabável, odeio essa poeira que não finda e nem essa reforma, odeio tá longe de Arthur e simplismente não poder me derramar em lágrimas hoje, odeio esse cansaço, odeio.

sábado, 17 de abril de 2010

Carta anonima

Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.

Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você - seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.

Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.

Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.

(Caio F.)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu, pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora, por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.


E lembra-te:

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."

(Fernando Pessoa)


Estou limpando a casa e me mudando literalmente, ausente alguns dias.

domingo, 11 de abril de 2010

"Eu sei que sou pesada, triste, dramática, neurótica, louca, insatisfeita, mimada, carente. Mas você se esqueceu da minha maior qualidade: eu sou só. (...) Eu era só pesando doze quilos a menos, quando o mundo inteiro queria que eu comesse pra não morrer, e eu querendo viver tanto que tinha medo de não conseguir, como tudo que sempre quero muito, e acabo fodendo logo pra não ter que viver com a ansiedade do desejo maior do que eu. Eu quase morri de tanto que queria viver. E eu tô quase acabando com o seu amor por mim, de tanto que eu quero que você me ame. Percebe? Louca. Louca e só, porque ninguém vai agüentar isso. Eu sempre estou só quando sou tomada por um susto longo e paralisador que dá vontade de me concentrar apenas em mim, e não ver nada e nem ninguém, por isso quis chorar só e escondida atrás da porta, como um rato que todo mundo tem nojo, que causa doenças, que tem um longo rabo deixando tudo entreaberto para trás, mas que no fundo só quer um pouco de queijo, como qualquer criança bonitinha. Carregar nossa alma, com tudo o que ela tem de bom, de mal e de incompreensível, é uma tarefa solitária. Eu sempre fui só querendo ter uma família grande, café da manhã, Natal, cachorro, e eu continuo só quando te vejo como minha família, mas você me deixa sozinha com duas ou três opções de suco para uma ou duas opções de pão. O mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me cheiram azedas e murchas demais. Eu continuo só quando quero escrever uma vida com você, mas você detesta meus caminhos anotados e minhas regras. E eu detesto seu sono e sua ausência. Eu detesto seu riso alto e forçado pisoteando o meu mundo de sombras, eu detesto você saindo pela porta e as paredes se fechando, se fechando, e eu sem poder berrar para, pelo amor de Deus, você me resgatar, e me colocar no colo, e me dizer que você me entende e sofre também. Eu sou só porque enquanto eu pensava tudo isso, você impunha aos quatro ventos, querendo parecer muito forte e macho para seu grupinho muito forte e macho, que você poderia simplesmente abaixar meu som ou mudar de canal, como um programa chato qualquer que passa na sua tv.
Eu hoje fui ao banheiro duzentas vezes para ficar longe do meu celular e do meu e-mail, ficar longe de todas as possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente para enxergar minhas raízes e ganhar força, chorei algumas vezes, fiquei sentada no chão do banheiro, para ver se meu corpo esquentava um pouco ou porque estava mesmo me sentindo um lixo. O ar-condicionado hoje está insuportável, mas eu não acho que mude alguma coisa desligá-lo.
Estar sozinha não muda nada, conheço bem esse estado e, de verdade, sei lidar até melhor com ele. O que me entristece, é ter visto em você o fim de uma história contada sempre com a mesma intensidade individual. Eu tinha visto na sua solidão uma excelente amiga para a minha solidão. Achei que elas pudessem sofrer juntas, enquanto a gente se divertia."